quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

NA ALTA GASTRONOMIA, DETALHES FAZEM DIFERENÇA

Que saudades estava eu de escrever aqui! Rolou uma preguicinha, confesso.
Mas nos últimos dias, algumas pessoas me disseram: "li o blog", "escreve mais". Então, especialmente para a Ingrid, o Alexandre Pimenta e o Nicolau, vamos falar sobre os detalhes tão importantes quando falamos de alta gastronomia. Vamos falar do dia em que eu conheci, finalmente, o Olympe, do Claude Troigros.

Bom, já começa que o restauranteé do Claude mas o chef que fica lá é o filho dele, o Thomaz. Ou seja, se você pedir o menu confiance, como eu fiz, que segundo o maitre são 4 pratos de livre criação do chef - um jantar ás escuras -, você precisa saber que a sua confiança será depositada num chef que não é o Claude, apesar de você estar no restaurante dele.

Sabido isso, você a essa altura já terá na sua mesa o couvert que nada mais é do que pão fatiado coberto com queijo, manteiga e biscoito polvilho. Até aí, ok. A menos que você ao final de tudo tenha escolhido o menu confiance, de R$ 198,00, e na hora da conta o restaurante te cobre R$ 10,00 por pessoa pelo couvert. Veja bem, não é pelo valor. Se você se dispôs a pagar R$ 198,00 por um jantar (sem o vinho ainda), não serão R$ 10,00 que tirarão seu sono. Mas é pela delicadeza de entender que aquela pessoa se entregou a uma experiência diferenciada que não escolher um prato principal do menu fixo e uma sobremesa. Sim, é um detalhe, mas como já disse, detalhes fazem a diferença.

Posto tudo isso, vamos ao jantar. O menu confiance consiste em uma entrada fria, uma entrada quente, um peixe e uma carne. A sobremesa está incluída mas você, dessa vez, não é surpreendido e sim escolhe uma das opçõpes do cardápio. A minha amiga resolveu, ainda assim, desafiar o chef e pedir uma surpresa. Eu nao, escolhi o suspiro com limão siciliano. Resultado: me dei melhor que ela pois a suspresa não teve nenhuma graça.

Já os pratos do menu confiance estavam bem gostosos. Primeiro veio uma espécie de rocambole frio de peixes crus, depois um ravioloni de abóbora. O prato principal de peixe era um linguado muito gostoso e a carne era um magret de pato. Tudo estava gostoso, saboroso. Mas nada impressionou, nada foi criativo a ponto de me surpreender. Exceto uma coisa: o acompanhamento do magret de pato (que estava um pouco seco). Era um purê de maçã e maracujá sob endivias grelhadas. O amargo da endívia com o adocicado do purê fizeram um casamento muito feliz.

Se eu voltaria? Sim, voltaria. Como disse, estava tudo gostoso, comi muito bem.Boas execuções também fazem parte da lista dos detalhes que fazem toda diferença. Mas minhas próximas investidas lá, a quem possa interessar, serão: a codorna recheada ou o cherne e de sobremesa a combinação de breme brulee com mousse de chocolate. Espero que dê assunto para um próximo post.

Olympe: Rua Custódio Serrão, 62. Tel. (21) 2539-4542
PS: Quando eu liguei para pedir informações de como chegar, atendeu o maitre que era estrangeiro. Até agora não descobri se ele era francês ou russo, mas o fato é que ele não entendia a minha pergunta e tampouco me deu referências de como chegar. Ainda bem que uma alma boa de um garçom pegou o telefone da mào dele e pôde me ajudar! SEndo assim, lá vai a dica: vai pela rua Jardim Botanico sentido ipanema-humaitá, entra a direita na Rua Frei Leandro. É na esquina a esquerda.

2 comentários:

Pimenta disse...

Há algum tempo tenho vontade de ir ao Olympe. Conheço outras casas que têm ligação com o chefe, mas não tive a oportunidade de provar um prato feito pelo Claude. Ficaria um pouco decepcionado se fosse ao seu restaurantee ele não estivesse, o que já ouvi dizer que é muito comum. E concordo completamente: na casa de um chefe tão renomado, detalhes como entrada fazem toda diferença.

Michel Bracklaw disse...

De todas as dezenas de vezes que fui ao Olympe o chef Claude Troigros NUNCA estava. E olha q nao foram poucas... Acredito que fica um tanto impossivel conciliar programa de tv, viagens de negocios e eventos com um 'mero' restaurante. Vc vai com uma expectativa e sempre sai com outra. Eu simplesmente volto mas sem expectativas. Quanto ao filho Thomas nem de PERTO sera um grande chef, mesmo tendo no sangue o DNA chef cuisine, apenas acho q pulou esta geracao. E no final ele acaba se fazendo em cima do nome do pai e sendo levado com ele a eventos como o de Curitiba que jamais iria participar se nao fosse pelo e com o pai.