sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

MANI - ACHADOS EM SÃO PAULO

Eu estava devendo....
E agora, estou pagando...

Esse ano, tive a luxuosa colaboração de pessoas queridas no blog.
A última foi Karina Dedavid, que me mandou 2 posts quando esteve em São Paulo.
Um deles eu já publiquei, sobre o Jardim Di Napoli.

Estava devendo o outro sobre o Mani, restaurante chiquérrimo da chef Helena Rizzo.
Eu estive no Mani assim que ele foi inaugurado, para um almoço, e confesso que na minha experiência foi um bom almoço. Não inesquecível.

Só que de lá pra cá, a própria Helena Rizzo trabalhou, apareceu e bombou o seu Mani que estou me devendo um retorno para conferir essa "nova" fase.
Bom, Karina foi antes de mim e me mandou suas impressões.
Mais uma vez, Karina, Obrigada! E concordo MUITO com você sobre o quesito "sobremesas"!

Até 2012, galera!

Mani - a supresa do Ovo
Por Karina Dedavid

O Mani bomba. E bomba com toda a razão, porque a comida, o atendimento e a decoração são simpaticíssimos!
O melhor horário pro almoço de domingo é a partir das duas da tarde quando a fila de espera já está no fim.
Assim, você não vai esperar muito pra se deliciar com o famoso couvert preparado pela equipe de chef Helena Rizzo.

O couvert já virou uma marca registrada com as gigantescas folhas de biscoito polvilho de queijo, uma porção de manteiga e algumas bolinhas de queijo de cabra no azeite. Tudo delicioso! Só tome cuidado porque, se bobear, você acaba comendo um “chamex” de folhas de polvilho.

“Amarelei” de beber vinho porque na carta da casa, o mais em conta era uma garrafa de rosé por 75 reais. (Achei metido!)
Os drinks são bem diferentes, quase exóticos, mas resolvi investir nos sucos. O de Maçã com Água de Côco e o de Melancia com Limão são muito bons.

Como prato principal, arrisquei um camarão com purê de batata baroa e redução de vinho com shitakes. O molho estava delicioso e os camarões perfeitos! Achei que havia purê demais e por isso o prato acabou ficando um pouco doce...

A minha amiga pediu um filé ao molho de balsâmico com cogumelos e gratin de batatas que estava divino!
Mas, a ansiedade continuava... e o que eu mais queria ainda estava por vir: a hora da sobremesa!
As opções são variadas, mas uma coisa acontece comigo toda vez que me deparo com alguma sobremesa a base de ovo no cardápio: a dúvida acaba. Na hora!



Pedi “O Ovo” sem pensar!
Trata-se de um Sorvete Caseiro de Gemada com uma Mousse levíssima de Côco. Simplesmente divino!

Até agora, a melhor sobremesa da minha vida. Sério!
As amigas foram de mix de brigadeirinhos. Muito simples, nada demais.
Mas o saldo foi mais do que positivo, apesar da conta mais salgada que meu prato principal. (R$120,00 por pessoa)
Delicioso! Vale a pena. E sente a cara do “O Ovo”. Não é o máximo?

Mani:
www.manimanioca.com.br
Rua Joaquim Antunes, 210, Jardim Paulistano.

domingo, 27 de novembro de 2011

JARDINETO: UM DOMINGO NA ROÇA

Antes de mais nada, peço licença à Karina Dedavid por publicar esse post antes do que ela já escreveu sobre o Maní, em São Paulo, e que publicarei muito em breve.

Mas hoje, gostaria de dividir o belo domingo que tive na roça, em pleno Rio de Janeiro.

O dia começou atípico. Há 1 ano e meio, meus domingos são de trabalho e não de descanso como para a imensa maioria. Eu confesso que não me incomoda tanto trabalhar aos domingos, até por que gosto do que eu faço. Mas quando você tem um domingo livre, depois de algum tempo, fica totalmente sem saber o que fazer para aproveitar como se deve um domingo de folga.

Comecei então com um domingo lento. Ainda sob efeito da noite anterior que foi de muito vinho, a manhã foi lerda, com café da manhã sossegado enquanto se folheia o jornal, ainda de pijama, com aquela chuvinha caindo lá fora. O que estaria à altura disso para continuar o dia? Um convite para almoço em Vargem Grande me pareceu promissor.

A caminho, a sugestão do Gustavo foi um lugar chamado Jardineto, em frente ao Quinta.
- Mas lá só com reservas. Vamos ligar?
- ok.

Para nossa sorte o dia estava tranquilo na cozinha e no salão da chef Guida Fernandes e pudemos ir de última hora. Cheguei sem expectativas. Mas quando chegamos no portão e o segurança nos convidou a deixar o carro lá dentro, fui entrando na casa de sítio que é o Jardineto.

Sentamos à varanda e fomos excepcionalmente bem recebidos pelos garçons e pela própria Guida, que gentilmente - assim como se já nos conhecesse - sugeriu algumas opções do cardápio.

Ah, sim. Já pelço desculpas por aqui pelo fato de não ter fotos das comidas das quais falarei a seguir mas foi daqueles típicos casos que não deu tempo de registrar.

Começamos com pastéis de camarão e de carne seca. Não posso mentir. O começo foi um pouco tumultuado quando em um dos pastéis de camarão havia um plástico, dos grandes. Retirada a porção, aguardamos uma nova.

Fizemos os pedidos dos pratos. Como éramos em 3 pessoas, pedimos 3 pratos diferentes para justamente experimentarmos o que fosse possível.

Chegaram à mesa 3 pratos individuais (eu achei a porção individual mesmo): magret de pato com molho de jabuticaba e arroz de parmesão, ossobuco em seu molho e arroz de parmesão, paleta de cordeiro desossada com arroz branco, farofa e feijão branco. Os 3 estavam muito bons, de verdade. Surpreeendentemente bons. O meu preferido foi disparado a paleta de cordeiro. Bem macia, desfiando em algumas partes, com um belo feijão branco de temperos marcantes.. um belo casamento. O magret de pato estava num ponto excelente, macio, mas resisto um pouquinho a molhos doces. Mas para quem gosta, prato cheio! E ossobuco também estava muito saboroso. Fiquei, sinceramente, muito animada! Nem lembrávamos mais do plástico a essa altura.

Hora da sobremesa. Hora séria. Muitas sobremesas com bola de sorvete. Quem me conhece já sabe que tenho preconceito com sobremesas acompanhadas de sorvete. Pra que?

Bom, das 3 pedidas da mesa, a minha foi um tiro no alvo certo. Doce de leite caseiro, feito pela dona Guida. Ele vem com sorvete e canela, mas pedi sem, apenas o doce de leite. De-li-ci-o-so. Vale a ida ao Jardineto para experimentá-lo. O doce veio quente (muito provavelmente para contrastar com o sorvete) e eu preferi deixar esfriar. Da próxima vez já peço frio. Se bem que ficarei em dúvida entre ele e o parfait de chocolate. Um creme de chocolate branco e chocolate ao leite, em forma de sorvete, com creme inglês. Muito bom também.

No final das contas, o domingo tinha passado lento, com uma boa comida, como se eu estivesse almoçando na chácara da minha tia. E na hora da despedida foi quase isso. Guida quase nos pediu para ligar avisando que chegamos em casa de tão fofa e atenciosa que é.

Jardineto:
Rua Luciano gallet, 75. Precisa reservar: 2428-1053

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

JARDIM DE NÁPOLI - MELHOR POLPETTONE EVER!

Eu adoro quando esse espaço aqui é dividido, compartilhado! Então, hoje estou muito feliz! Mais uma vez!

Depois das colaborações luxuosas de Pedro Boueri, Claudia Florêncio, Rafael Crisa, Alexandre Santos e do meu querido irmão Rodrigo Tezoto, eis que o Boca recebe mais uma para o clube. Conheci a Karina Dedavid no trabalho e de cara, não sei como, o assunto foi pro lado da cozinha. Pronto, dali pra ela saber do blog foi um pulo e fiquei feliz quando ela me prometeu que escreveria sobre os lugares que iria conhecer em São Paulo e dividiria conosco aqui.

Promessa cumprida, eis abaixo o primeiro post da Karina. Mas depois desse, fica de olho que tem o segundo... e vai ser luxo puro! Pra começar, coloquem o babador à italiana e.... vai!

Karina, obrigada!

Jardim de Nápoli: o melhor polpettone ever!
Por Karina Dedavid

O Jardim de Nápoli é uma das cantinas italianas mais tradicionais de São Paulo. É pra lá que as pessoas vão quando bate aquela vontade de comer uma boa comida italiana, tradicional e muito farta.

O lugar é decorado de maneira simples e o atendimento eficiente com aqueles garçons com cara de garçom mesmo, sabe? (me sinto na obrigação de falar isso porque às vezes, a gente vai pra São Paulo e acaba num restaurante metido a besta com garçons com cara de modelos da Calvin Klein. Trés São Paulo!)

As massas frescas e os anti-pastos rústicos são fabricados ali mesmo por uma equipe antiga que mantém seus segredos bem guardados desde 1949, quando a família inaugurou a primeira filial.

De entrada, a dica é a porção grande (vai de grande porque é bom demais. Sério!) de Funghi e Shitakes no Azeite e Alho que é uma delícia pra acompanhar o pão italiano.

As pizzas são bem gostosas e as massas, cozidas no ponto certo, vão bem com as deliciosas e generosas conchas de molho.

Só que a estrela principal do lugar é, sem dúvida, o Polpettone!

O verdadeiro hit do lugar acompanha bem as massas mais simples só com molho vermelho, como o talharim ao sugo. Mas a maioria das pessoas vai lá mesmo pra se fartar com a carne bem temperada e o molho sem igual, que inunda o prato embaixo do queijo derretido. Esse Polpettone é a perfeição!

As sobremesas são as mais tradicionais possíveis: torta de limão siciliano, creme de papaya e tiramissú. Pra quem gosta de sobremesas 80’s, o creme de papaya é leve e gostoso. Vale a pena.

O programa é imperdível e atrai cada vez mais turistas brasileiros e estrangeiros. Por isso, cuidado. Aos sábados as filas são enormes!

http://www.jardimdenapoli.com.br/

Rua Martinico Prado, 463. Higienópolis.

sábado, 19 de novembro de 2011

ARROZ DE TAMBORIL - PRATO DO DIA EM PORTUGAL

Quando estive recentemente em Portugal, várias vezes os portugueses que estavam trabalhando comigo tentaram me levar para comer arroz de tamboril. É um prato, ao que me pareceu, especial e os restaurantes o fazem como prato do dia. Não deu certo em nenhuma das tentativas e voltei para o Brasil com essa vontade.

Eu adoro "arrozes", receitas que misturam arroz, tipo arroz de bacalhau, arroz de pato, arroz de tomate, etc. Lá, eles fazem muito isso e usam o arroz mesmo com essa finalidade e nem tanto como acompanhamento como nós aqui no Brasil.

Bom, fiquei com tanta vontade que meu amigo português Luis, da terrinha, me mandou especialmente essa receita enquanto eu ainda estava no avião. Cheguei aqui e uns 2 dias depois já estava fazendo, tamanha era a vontade.

A minha primeira tentativa deu quase certo. Tipo: o gosto ficou excelente, o peixe no ponto, os temperos equilibrados. Mas o arroz, acho eu, que deixei passar um pouco demais. Na verdade, eu sabia que ele ficava molhadinho e ignorei o aviso da receita de servir imediatamente. Achei que podia preparar a receita e enquanto batia papo com os convidados, o arroz podia ficar ali. Mas não, não pode.
Como falei, esse é um arroz molhadinho mesmo, papinha. E eu adoro. Mas o meu chegou a começar a querer desmanchar o arroz. Tudo por que ficou na panela depois de pronto. Eu até cozinhei no ponto ideal, mas....

Na minha segunda tentativa de preparo, vai dar certo e já aviso: obedeçam a regra de servir imediatamente. Ou tentem parar um pouco antes. Mesmo assim, acho que os sucos do arroz, que fica mesmo meio caldoso, secam se ele fica pronto na panela esperando muito pra servir.

Ah! Na receita abaixo contém alguns ingredientes que não usei (ou por não encontrar aqui ou por preferir a versão sem mesmo): almeijoas (são como vôngoles um pouco maiores), pimentão verde (acho que rouba muito o gosto), arroz eu usei o nosso normal mesmo e por minha conta mas indicado pelo Luis, acrescentei além do coentro, hortelã. Ficou muito bom!
Vamos à receita!
Me digam depois o que acharam!
E obrigada, Luis!

INGREDIENTES:
1,300 kg de lombo de tamboril limpo
250 gr tomate sem pele e sem sementes (pode ser tomate aos cubos de lata)
250 gr cebola
200 gr pimento verde
200 gr pimento vermelho
30 gr alho fresco
2,5 dcl de azeite virgem (0,7 de acidez)
2 dcl de vinho branco
30 gr coentros frescos
400 gr arroz carolino
450 gr de gambas (CAMAROES)
450 gr de amêijoa preta do Algarve fresca já depurada
15 gr piri piri (picante) - é aquele molho vermelhinho de pimenta
30 gr limão (sumo)
20 gr de sal
2l de caldo de peixe e camarão

Cortar o tamboril aos cubos pequenos de 2cm x 2cm, temperar com sal e sumo de limão e reservar. Descascar as gambas e reservar. Com as espinhas do tamboril e as cascas das gambas fazer um caldo de peixe, deixando ferver apenas (eu fiz o meu caldo de tamboril com as aparas do filé de peixe mesmo). Colocar numa panela ao fogo o azeite, adicionar os pimentos cortados muito pequenos, o tomate e a cebola. refrescar com vinho branco. deixar refogar. Adicionar logo de seguida o alho também picado finamente. Após alourar, adicionar o caldo de peixe e gambas já coado. Deixar levantar fervura e cozer durante 15 minutos. Adicionar o arroz e deixar cozer mais 16 minutos em fogo lento. Quando o arroz estiver quase aberto, adicionar o peixe, as gambas descascadas e as amêijoas. Deixar ferver mais 6/8 minutos. Temperar de sal, piri-piri e colocar os coentros picados grosseiramente só no final.
Servir de imediato e muito caldoso.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

ESPECIAL PORTUGAL - Impossível comer só um "bocadinho"

Um bom motivo - diria excelente - me traz de volta, para tirar a poeira desse blog! (fora o fato de meu irmão ter dito ontem que estava com saudades do BLOG! Me emocionou... senti que o "BOCA" tava fazendo falta na vida de UMA pessoa!;-) )



Há duas semanas estive em Portugal! Sempre tive muita vontade de conhecer esse país. Nunca soube bem porquê. Mas agora sei. Come-se bem e bebe-se idem por lá. Os portugueses são fãs da boa mesa. E seja a mais simples, mas que seja boa. Eles gostam de curtir a vida, sentar em um café, apreciar a vista, escolher sempre um vinho para acompanhar a refeição (não raro a 7 euros!). Tudo o que eu gosto também.

Estive em Lisboa, Cascais e Setubal. Fui a trabalho mas deu para conhecer um pouquinho alguns lugares. E em cada lugar, tive uma experiência marcante, gastronomicamente falando.


LISBOA


Quando estava a caminho de Lisboa, muitas pessoas aqui do Brasil me deram dicas de lugares para ir. Mas chegando lá, resolvi me deixar levar pelas mãos dos portugueses com quem trabalhei e acabei conhecendo lugares que os portugueses frequentam de fato. Pra mim, são os melhores lugares!


Quem me conhece sabe o que a passagem a seguir significa pra mim. Eis que fui parar num restaurante indicado pelo produtor portugês que estava trabalhando comigo. O Nome do restaurante? Sem Nome. Já gostei.


O Sem Nome é daqueles restaurantes de família onde o dono fica no salão com o filho e a nora. A esposa fica na cozinha. O salão é sem glamour algum. Mas a comida....





Quando sentamos, eis que surge na mesa um prato farto de presunto cru cortado na hora em finas fatias e um outro prato fartíssimo de camarões cozidos, pra se comer descascando com a mão e comer frio. Perguntei ao Luis se ele havia pedido e ele: "não, aqui é assim mesmo, o dono manda umas coisas na mesa sem a gente pedir". Já gostei mais ainda! Mais que isso: naquela hora, o dono do Sem Nome me ganhou!







Cada dia, há um cardápio (que é uma folha escrita a mão) no restaurante, com os peixes frescos do dia. Os peixes e carnes ficam num refrigerador na entrada do restaurante e você pode ver o que há de fresco ali. Isso é bem comum na maioria dos restaurantes que fui.


Bom, não preciso dizer que nos 6 dias que fiquei em Portugal, voltei 3 vezes ao O Sem Nome. Comi uma posta linda de bacalhau cozida com batatas e grão de bico (sensacional, foto acima) a 9 euros! Experimentei ainda choco frito (uma espécie de lula porém maior e mais macia), me deliciei com os carapaus fritos e no último dia experimentei o borrego estufado (é um cordeiro cozido em molho).


Em um certo dia, queria experimentar a tal sopa alentejana. "Tem?", perguntei ao dono. E ele: "não, mas a gente faz agora". É ou não é tudo o que a gente quer ouvir?


Estive ainda em outros lugares de Lisboa e que gostei muito - como, óbvio, os pasteis de Belém - mas o Sem Nome foi o lugar que de fato me marcou e onde eu com certeza quero voltar e indicaria aos amigos!


Dentre os locais indicados pelos amigos, o Luis aceitou me levar no Pinoquio. Muito simpático, comi um bom arroz de pato. Vale a visita, com certeza, para experimentar outras delícias.


No famoso Solar dos Presuntos - que todo mundo me indicou - não fui pois me disseram que a conta ia para cerca de 100 euros! Ora, se eu estava comendo tão bem nesses locais a 15, 20 euros a conta final, pra que pagar tão caro?


CASCAIS


Cascais é uma cidadezinha bem charmosa. Mas a minha fome mesmo eu fui matar um pouco mais à frente, em Malveira da Serra. Fui atrás do que, me disseram, ser o melhor cozido a portuguesa de Portugal. E se é o melhor ou não, não posso afirmar pois só comi esse por lá. Mas posso dizer que valeu a mini viagem pela serrinha que me levou até esse lugar.




Diferentemente do cozido que estou acostumada a comer no Brasil, lá os legumes não são tão variados: batata, cenoura, repolho, couve, vagem e grão de bico. Já as carnes.... tinha carne de boi, costela de porco, bacon e muitos tipos de linguiça (lá chamada de enchidos): linguiça de sangue, morcela, farinheira (uma linguiça de textura diferente, como uma massa), linguiça portuguesa... essas são as que me lembro! Cada uma com um gosto peculiar, diferente uma da outra. Uma viagem de sabores mesmo! Se você olhar e não gostar da cara, experimente mesmo assim! Por favor, vai....


Tirando o fato de que cometi a insanidade de comer um cozido a portuguesa à noite, de resto foi perfeito.


SETUBAL


Ah..... Setubal....


Setubal é um lugar que talvez você turista não vá caso esteja em Lisboa.... Eu que fui a trabalho e precisei ir a Setubal por vários dias. Mas quando eu voltar a Lisboa, tentarei um dia ir almoçar novamente em Setubal.


Nessa cidade a uns 30 minutos de Lisboa, pegando a ponte 25 de abril em direção ao Alentejo, há uma grande tradição de pesca. Todos os dias, o mercado e os restaurantes da cidade são abastecidos de peixes e frutos do mar fresquíssimos! Como fui vários dias lá, posso dizer que foram os melhores peixes que comi em Portugal e quiçá na vida!

Em Setubal, vários restaurantes tem a tradição de fazer o pescado na brasa. Por isso, possuem uma churrasqueira na porta. Num desses lugares que paramos para almoçar (chama Peixe Assado), pude escolher o meu próprio linguado, que foi direto para a brasa apenas com sal grosso por cima. Uma saladinha e batatas cozidas para acompanhar, e o banquete estava feito!

Claro que não manipulo um linguado com a maestria que os portugueses fazem na hora de tirar a espinha e tudo o mais, mas mesmo assim, foi tudo de bom.


Num outro restaurante, Marisqueira Fernando, comi uma garoupa ensopada que veio à mesa numa panela bem velhinha.... já gostei.


Num outro, provei as famosas almeijoas a Bulhão Pato. Isso ninguém pode deixar de comer em Portugal. É bem tradicional nos restaurantes. E ai, se possível, use o pão servido para molhar bem no caldinho. Em qualquer restaurante, se tiver almeijoas a bulhao pato, peça!


E não saí de lá sem comer as sardinhas portuguesas (foto acima), fresquíssimas, acompanhadas de salada!


Digo sem medo que em qualquer restaurante de Setubal em que me sentei para comer - ainda que eu e os portugueses que estavam trabalhando comigo não tivêssemos nenhuma indicação se era bom ou não - comi MUITO bem.


Além disso, como se já não bastasse, estava eu andando na rua da cidade quando avistei uma casa branca e azul bem típica, com o nome na porta: Tortas de Azeitão. Era como uma casa de doces, meio um café. Entrei. Ainda bem. Tortas de azeitão são pedaços do céu em forma de doce... Uma camada fina de uma espécie de pão-de-ló e dentro um doce mole de ovos... sem palavras. Devia ter trazido para casa! Ou ter tido "barriga" pra comer mais!!!














O SEGREDO DAS BATATAS COZIDAS PORTUGUESAS!!!

Pra fechar com chave de ouro esse post, uma dica preciosa! Descobri que em Portugal, arroz é um acompanhamento não tão usual como pra gente aqui no Brasil. Lá, a maioria das comidas vem acompanhada de batata cozida. E fiquei muito curiosa por que achei as batatas de lá mais saborosas do que as daqui. E descobri o segredo delas! São cozidas em água, sal e uma folha de louro. O sabor é sutil, mas faz uma diferença.... Anota essa e experimenta! E depois me agrdeça!

E espere o próximo post, uma receita de arroz de Tamboril - prato típico de Portugal.
Juro que vou postar!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

DETALHES NADA PEQUENOS DE NÓS DOIS!

Tão importante quanto o uso de bons ingredientes e uma boa execução de um prato, os detalhes podem fazer toda diferença.
Nada é perfeito e em se falando de restaurantes, de comida, um dia nunca é igual ao outro. Mas o cuidado com os detalhes me fazem guardar aquela experiência, aquele lugar, num lugar especial da minha memória.

Nunca esqueci de um dia que fui almoçar num restaurante em Salvador, chamado Salvador Dali. A comida estava boa, eu voltaria por ela. Mas um detalhe, bem no fim do almoço me conquistou de vez. Pedi um café e quando o garçom colocou o pires na mesa, caiu café da xicara. O garçom imediatamente retirou a xícara, me pediu desculpas e me trouxe logo um novo café.
Eu não pediria para trocar, não reclamaria. Mas que é chato beber café pingando da xícara naquela pocinha no pires, isso é. Fora que quando cai um pouco, adeus aquela espuminha de cima. Ou seja, detalhe. Mas me conquistou.

Essa semana levei minha mãe pra conhecer a Roberta Sudbrack. Eu sei que falo muito sobre ela, sobre a comida dela, sobre o restaurante dela. Mas em que outro lugar eu chego, naquele dia explodindo de cólica e me achando o ó, que o maitre me recebe, como se estivesse adivinhando, dizendo: "dona Luciana, que bom tê-lá conosco! Está tão bonita!"?! Detalhe.... Que me fez sentir em casa e até curtir o jantar sem dor!

Detalhes podem te fazer odiar uma experiência também. Mas dessas não estou a fim de falar. não.

Celebremos, pois, os detalhes, minha gente! Detalhe é sinal de cuidado, de amor ao que se faz, é dizer para as pessoas que elas são importantes pra você. Como dia a Sudbrack, é uma reverência ao simples.

Não é chatice, pentelhação, como muitas pessoas pensam.

Viva quem preza pelo detalhe! Viva viva viva!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O MELHOR DA BRIGA É FAZER AS PAZES

Nos últimos 10 dias, passei por duas experiências gastronômicas que me deixaram muito feliz, pelo mesmo motivo. Nas duas, a conclusão foi: como é bom fazer as pazes com os lugares que você quase riscou do seu caderninho. Dizem que o melhor da briga é fazer as pazes. Hoje, mais do que nunca, acho que essa máxima vai muito além da relação marido e mulher.

Sim, comecei esse post pelo final. Mas isso é, de fato, o mais importante que eu gostaria de falar. Então, se você ainda quiser saber mais detalhes, fica mais um pouquinho aqui e continua lendo.
Primeiro destino revisitado foi o Brasserie CT, do Claude Troisgros, no shopping Fashion Mall. As duas últimas vezes que fui lá, comi muito mal. O frango, especialidade da casa, veio totalmente cru. O atendimento estava péssimo. Isso só pra citar poucos exemplos.

Pois bem. Sábado passado, a procura de um restaurante para trabalhar num roteiro com um amigo, lembrei de lá. Condições impostas por ele: tem que ter ar condicionado, não pode ter mesas muito coladas, um bom vinho branco e toalhas brancas. O Brasserie CT atende a tudo isso e ainda tem um ótimo Wi-fi que eu já tinha usado antes. Mas avisei logo pra ele: a única coisa é que a comida deixa muito a desejar pra não dizer que é ruim. Ele olhou o site (e elogiou) e falou: vamos lá mesmo.

E foi ótimo. O atendimento do garçom Marcio estava impecável. Nos auxiliou na escolha de bons vinhos. Escolhemos um ceviche com abacate e quinoa de entrada, que estava muito fresco e saboroso. Azedinho como eu gosto. Depois, eu fui num namorado com ratatoule - excelente - e ele num magret de pato - que estava absolutamente no ponto ideal, suculento, saboroso.
De sobremesa, comi um profiteroles delicioso.

Saí de lá trilili, com o trabalho muito bem encaminhado e feliz da vida de ter comido tão bem!













A segunda reconciliação que fiz foi com o Le Vin, no Barra Shopping. Na verdade, a primeira vez qu eu fui lá, só comi sobremesa. Mas fui com muita expectativas. Me falavam muito bem de lá. Saí do Zuca sem comer sobremesa por aque achei tudo sem graça. Sentei no Le Vin quando soube que tinha Tarte Tatin! Eu amo Tarte Tatin e sei que não é fácil achar uma boa. Mas num restaurante francês, muito bem falado, achei que não tinha erro. Ainda mais quando o garçom disse na segurança: é o melhor Tarte Tatin que você já comeu.

Bom, veio a Tarte Tatin e também o creme Brulee do meu amigo. Os dois estavam ruins. O creme brulée menos, mas a tarte tatin.... tsc tsc tsc. Nem de longe era caramelada, nem de londe tinha a massa ideal, nem de longe era uma tarte tatin.

Eis que hoje fui jantar lá com os mesmos amigos da empreitada da sobremesa. Comi um excelente steak tartar com fritas. Temperado no ponto, sem ser enjoado, as batatas sequinhas. As sobremesas foram o auge dessa vez: ovos nevados com creme de baunilha, sopa de morangos com sorvete de creme e profiteroles. Meus ovos nevados estavam uma maravilha. Tudo numa combinação perfeita, leve, ideal para fechar com chave de ouro o jantar. A sopa de morangos estava fresca, cheirosa. O profiteroles eu não provei mas estava com uma cara linda e um cheiro do chocolate de arrepiar.

Saí do Le Vin querendo voltar muito em breve para comer o bouef bourguignon e o arroz de pato.

E assim terminam as minhas histórias de reconciliação com esses dois restaurantes que voltaram a fazer bonito e a brilhar no meu caderninho de opções. Anota aí no de vocês também e depois me contem como foi.








quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

NA ALTA GASTRONOMIA, DETALHES FAZEM DIFERENÇA

Que saudades estava eu de escrever aqui! Rolou uma preguicinha, confesso.
Mas nos últimos dias, algumas pessoas me disseram: "li o blog", "escreve mais". Então, especialmente para a Ingrid, o Alexandre Pimenta e o Nicolau, vamos falar sobre os detalhes tão importantes quando falamos de alta gastronomia. Vamos falar do dia em que eu conheci, finalmente, o Olympe, do Claude Troigros.

Bom, já começa que o restauranteé do Claude mas o chef que fica lá é o filho dele, o Thomaz. Ou seja, se você pedir o menu confiance, como eu fiz, que segundo o maitre são 4 pratos de livre criação do chef - um jantar ás escuras -, você precisa saber que a sua confiança será depositada num chef que não é o Claude, apesar de você estar no restaurante dele.

Sabido isso, você a essa altura já terá na sua mesa o couvert que nada mais é do que pão fatiado coberto com queijo, manteiga e biscoito polvilho. Até aí, ok. A menos que você ao final de tudo tenha escolhido o menu confiance, de R$ 198,00, e na hora da conta o restaurante te cobre R$ 10,00 por pessoa pelo couvert. Veja bem, não é pelo valor. Se você se dispôs a pagar R$ 198,00 por um jantar (sem o vinho ainda), não serão R$ 10,00 que tirarão seu sono. Mas é pela delicadeza de entender que aquela pessoa se entregou a uma experiência diferenciada que não escolher um prato principal do menu fixo e uma sobremesa. Sim, é um detalhe, mas como já disse, detalhes fazem a diferença.

Posto tudo isso, vamos ao jantar. O menu confiance consiste em uma entrada fria, uma entrada quente, um peixe e uma carne. A sobremesa está incluída mas você, dessa vez, não é surpreendido e sim escolhe uma das opçõpes do cardápio. A minha amiga resolveu, ainda assim, desafiar o chef e pedir uma surpresa. Eu nao, escolhi o suspiro com limão siciliano. Resultado: me dei melhor que ela pois a suspresa não teve nenhuma graça.

Já os pratos do menu confiance estavam bem gostosos. Primeiro veio uma espécie de rocambole frio de peixes crus, depois um ravioloni de abóbora. O prato principal de peixe era um linguado muito gostoso e a carne era um magret de pato. Tudo estava gostoso, saboroso. Mas nada impressionou, nada foi criativo a ponto de me surpreender. Exceto uma coisa: o acompanhamento do magret de pato (que estava um pouco seco). Era um purê de maçã e maracujá sob endivias grelhadas. O amargo da endívia com o adocicado do purê fizeram um casamento muito feliz.

Se eu voltaria? Sim, voltaria. Como disse, estava tudo gostoso, comi muito bem.Boas execuções também fazem parte da lista dos detalhes que fazem toda diferença. Mas minhas próximas investidas lá, a quem possa interessar, serão: a codorna recheada ou o cherne e de sobremesa a combinação de breme brulee com mousse de chocolate. Espero que dê assunto para um próximo post.

Olympe: Rua Custódio Serrão, 62. Tel. (21) 2539-4542
PS: Quando eu liguei para pedir informações de como chegar, atendeu o maitre que era estrangeiro. Até agora não descobri se ele era francês ou russo, mas o fato é que ele não entendia a minha pergunta e tampouco me deu referências de como chegar. Ainda bem que uma alma boa de um garçom pegou o telefone da mào dele e pôde me ajudar! SEndo assim, lá vai a dica: vai pela rua Jardim Botanico sentido ipanema-humaitá, entra a direita na Rua Frei Leandro. É na esquina a esquerda.