terça-feira, 11 de setembro de 2012

ALBAMAR - ALMOÇO, VISTA E ESTREIA

Tá vendo essa foto aí?


Já imaginou almoçar com essa vista e ainda por cima com comida boa?
Se você quer parar de imaginar e partir pra experiência real, corre pro Albamar, no centro do Rio.
E pra saber todos os detalhes da minha visita por lá, é só clicar aqui!
Essa é minha estreia como food hunter dos Destemperados.
Eu já adorava essa galera e o site deles. Já fiz muitos roteiros de viagens pegando as dicas de bons restaurantes com esses destemperados. Agora que faço parte do time então.... gosto mais ainda!
É claro que vou continuar escrevendo sobre comida aqui. Dos lugares que gosto, não gosto, das receitas, da minha visão sobre comida. Mas de vez em quando, estarei por lá também. E bem feliz!


sábado, 14 de julho de 2012

TODO DIA E DIA DE PIZZA EM NYC!

Do alto dos meus 38 anos, acabei de chegar da minha primeira visita à Nova York. Nos meus preparativos para a viagem, pedi dicas a todos os amigos que eu achei que iriam me ajudar a ir nos melhores lugares na cidade. E quase todas - para não dizer todas - as dicas foram gastronômicas. Por que será? Bom, o fato é que fui para lá com muita expectativa e dicas maravilhosas. Mas é legal também quando você encontra por si só, meio sem querer, algum lugar que vai ficar na sua memória.

Ao longo dessa semana vou contando aqui sobre alguns lugares em que estive. Mas para esse primeiro post sobre NYC eu gostaria de dividir com vocês a minha incursão pelas pizzas americanas. Foram 3 experiências basicamente mas cada uma num local e numa situação peculiar. Vamos a elas:

Primeira experiência: num dia dedicado às compras, as horas parecem mais curtas. Entra em loja, sai de loja, quando vi estava azul de fome e prestes a entrar na Bloomindales. Falei pra minha amiga: "vamos comer alguma coisa antes, rapidinho". Olhamos em volta e tudo o que tinha era um daqueles famosos "trucks" de hot dog, outro de comida árabe e... A Mariella Pizza. Achamos que seria mais seguro, ainda que à primeira vista a aparência do local era local demais, digamos assim. Bom, entramos. Como em vários lugares que estive em NY, não há muito tempo para explicações. É preciso sacar rápido que o lance é escolher um sabor, ir ate o balcão e dizer se quer 1 ou 2 fatias ou quantas forem. Ao mesmo tempo que você fala, o cidadão já está tirando da fôrma e colocando no forno. Não há tempo de repensar, mudar de idéia. Uma bandeja daquelas de plástico é colocada a sua frente, as fatias saem do forno e colocadas sobre pratos de papel e você se dirige para pagar - momento em que pede a bebida. Uma fatia - generosa- de marguerita e um ice tea, 7 dólares. Ok, era o que a gente queria mesmo, uma coisa rápida. À primeira mordida, já senti que a escolha tinha sido boa. Olhando a decoração a minha volta, dou de cara com o quadro que emoldura uma reportagem mostrando que Oprah e sua fiel escudeira Gayle estiveram em Mariella Pizza e a elegeram a melhor pizza da América! Achei pitoresco. Corta e vamos para outra cena desse post.

Segunda experiência: o domingo que passei em NY foi dedicado ao Soho. Realmente é muito legal andar pelas ruas, descobrir as lojas descoladas. Mas aproveitei para fazer meu roteiro de forma que eu passasse pela Lombardi's, a famosa primeira pizzaria de NY. Contrariando o que eu imaginava, na Lombardi's não se vende pizza em fatias. Pedimos então a pequena, de 6 fatias, básica. Entendi que as pizzarias NY funcionam assim: tem uma pizza básica (mussarela e molho) e você inclui - se quiser - os "toppings" que deseja, cada um com seu valor. E assim, você cria a pizza que quer. Bom, chegou a pizza e... Fiquei lembrando da Mariella Pizza...

Terceira experiência: depois de mais um dia de bateção de perna por NY, eu já estava no último dia, ou seja, sem dinheiro. A solução a noite foi... Pizza! E fui parar, por indicação da recepcionista do hotel, na john's Pizza, na 44st, entre a 7th e a 8th. Como é colado na Times Square, a rua é super agitada. E chegando lá, vi que a pizzaria também. Muita galera jovem, turista, música alta. Com uma espera de 25 minutos por uma mesa, resolvemos ficar pelo bar e pedir a pizza no balcão, que aliás é também agitado, soltando drinks e cervejas o tempo todo. Dessa vez, pedimos nossa pizza com mussarela extra, cogumelos e manjericão. De massa bem crocante, a pizza veio com recheio na medida. E acabou sendo uma opção boa e barata para aquele final de dia.

CONCLUSAO: voltando à cena do final da primeira experiência e juntando com a cena final da segunda experiência, achei curioso conhecer a Lombardi's. Mas a pizza não chega aos pés do meu "achado" (e da Opprah ;-) ) que é a Mariella. Claro que o lugar não tem charme nenhum mas o queijo parece mais de verdade, a massa é crocante sem ser dura, o molho ótimo. Eu devia ter pedido uma segunda fatia. Ou seja, indo à Bloomindales, não deixe de passar lá. Indo ao soho, tire uma foto da fachada da Lombardi's e já estará de bom tamanho.

domingo, 3 de junho de 2012

UM JANTAR MILANÊS

Um belo dia, sem nem eu bem saber como, fui parar numa mesa super exclusiva, num restaurante japonês. Na mesa apenas 7 pessoas contando comigo. Dentre essas pessoas, duas de quem sou realmente muito fã. E de repente, lá estava eu, sentada com eles, jantando, batendo papo, rindo, e ficando fã dos outros 4. Me senti naqueles quadros de programas de TV em que a pessoa realiza um sonho, conhece seus ídolos. No programa em que eu trabalho, chama "dia de sonho". No meu caso, foi uma "noite de sonho".

Só que não acabou por aí, como acontece geralmente na TV. O tal grupo de 7 pessoas acabou virando uma confraria. Ou melhor dizendo, uma sociedade. Sociedade Opaboca de Gastronomia Ilimitada. Assim nos nomeamos, garantindo aos curiosos que Opaboca significava "vamos comer bem" em tupi-guarani.

Na tentativa de cumprir o nosso lema, organizei um jantar para os Opabocas na última quarta feira, dia 30, no restaurante Da Brambini, no Leme. Essa pequena trattoria do milanês Umberto Vegetti é daqueles achados, de clientela fiel e local. Onde tudo é bem simples e por isso mesmo é bom. Daqueles lugares onde o serviço é rápido, às vezes parecendo seco, mas no fundo é muito atencioso, apenas com um leve toque italiano, se é que me entendem. Demorei muito para conhecer o Da Brambini mas hoje eu me dei conta de que meu deslocamento Barra / Leme vai ter que ser mais freqüente. E aqui divido com vocês por quê.

A noite começou com uma poletinha com ragu de lingüiça e funghi... Quer dizer, começou mesmo com o couvert, que jamais em tempo algum você deve rejeitar. É uma variedade de coisinhas deliciosas que é impossível pensar em não comer. Atenção especial às bruschettas.

Mas voltando à polentinha... Foi um belo começo. Difícil foi deixar o prato pela metade, já que de "poletinha" não tinha nada e ainda havia muito por vir. Em seguida, Tortelli di zucca, de massa verde que contrastava com a cor vibrante da abóbora no recheio. Por cima da massa, um molho a base de manteiga e pedaços de aspargos verdes, que a principio pareciam meio deslocados ali mas que ao final de tudo foi um charme a mais.

Em seguida, veio o prato que eu mais aguardava: pesce al sale, servido com batatas rústicas e alecrim que de tão cheiroso abriu nosso Apetite. Trata-se de um belo pargo (e Umberto diz que só faz esse prato se tiver pargo) assado envolto em sal grosso e só. O resultado é uma carne branca, macia e de gosto suave. Não vejo a hora de voltar para o repeteco.

O último prato foi a picatta al limone, servido com legumes grelhados. Filé mignon macio, molho azedinho e legumes al dente. Excelente do começo ao fim.



O grand finale foi o tiramisu da casa, que é daqueles como deve ser. Eu não sei você, que está lendo aí, mas eu acho que o Tiramisu e o estrogonofe sofrem do mesmo mal. Cada um tem uma receita, em cada lugar é de um jeito e é o tipo de prato que se os ingredientes não forem realmente bons, vira uma outra coisa. Não vale substituir o mascarpone por cream cheese nem o tomate por catchup. E o Tiramisu do Da Brambini é de verdade. É como tem que ser. Tanto que saí do restaurante com uma quentinha pra levar pra casa. Por que a casa é italiana e nós, italianos, servimos tudo de muito e ainda não temos vergonha nenhuma de levar um pouquinho pra mais tarde.

Ah! E se a tradução de "Opaboca" é verdadeira? Bem, acho que na última quarta feira foi.

Da Brambini Ristorante: Av. Atlântica, 514, leme, Rio de Janeiro.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

SERÁ?!

Puxa, quanto tempo!
Nem sobre o Chile eu falei aqui nesse blog?! Que vergonha, Boca!
Vou falar já já sobre Isso.

É que hoje ainda estou sob o efeito da minha incursão pela cozinha nesse sábado que passou... Passei 6 horas cozinhando, fazendo um jantar vegetariano para 6 amigos queridos chez moí. Chamei minha faxineira pra ajudar, elaborei um cardápio antes, fiz lista pro mercado, organizei as tarefas antes de começar a cozinhar, usei o mesmo forno e o mesmo fogão... Tudo da mesma forma como havia feito num outro sábado, há uns 2 meses atrás. A diferença foi que o primeiro sábado foi perfeito. Do cozinhar ao comer, passando pelo tempo de serviço entre os pratos (foram 5 na mesma noite). E esse sábado passado, não. Estava mais enrolada, esqueci a sobremesa no forno, não tive cuidado (ou paciência) na hora de cortar e cozinhar o nhoque (acabou ficando de diversos tamanhos, a maioria grande demais) enfim... E o resultado final foi bom mas apenas isso. Ou seja, ninguém foi embora com fome, eu dei um jeito na torta de limão que queimou nas bordas, mas não fiquei satisfeita. Demos risada, bebemos vinho, foi uma noite e tanto. Mas fui dormir com a sensação de que eu poderia ter feito mais.

Alguns amigos me dizem que eu sou muito cri-cri, exigente. Mas não é isso. Quando eu acho que ficou bom, dentro daquilo que obviamente eu acho que posso fazer, eu mesmo me auto elogio sem modéstia. Mas quando não fica bom... E com o jantar de sábado, depois de muito pensar, me dei conta de que a cozinha não é mesmo uma ciência exata. Na verdade, eu já sabia disso, mas digamos que senti mais na pele - é muito mais fácil chegar à essa conclusao quando se está com as panelas nas mãos do que com os talheres esperando para comer.

Vai saber por que mas tem dia que qualquer coisa que façamos fica bom. E em outros, por mais cuidado, a coisa desanda. Ou simplesmente não fica tão bom quanto você já fez numa vez anterior. Simples assim. Se a cozinha tem a ver com emoção - eu só acredito nessa - será que é ela então que faz bagunça no "2+2=4" das receitas?

Será que a profissionalização na cozinha passa também em aprender a minimizar esse fator misterioso (será a emoção?!) que torna a cozinha tão incerta?! Embora verdade seja dita: não conheço um restaurante onde tudo seja perfeito sempre - nem os de grandes chefes, nem dos que mais admiro.

Bom, mas escrevendo aqui, penso: será que a graça não é exatamente essa, a de que o resultado é uma constante busca? É como para um atleta, que mesmo tendo batido um recorde, vai sempre em busca do próximo. Depois de fazer o nhoque sábado, comuniquei aos comensais: "comam, ruim ou bom, por que depois desse, sabe Deus quando farei de novo!".
Mas refletindo agora, será que não estou negando uma das coisas mais divertidas da cozinha, que é a prática, que é o prazer do erro e do acerto, a imperfeição?