segunda-feira, 21 de maio de 2012

SERÁ?!

Puxa, quanto tempo!
Nem sobre o Chile eu falei aqui nesse blog?! Que vergonha, Boca!
Vou falar já já sobre Isso.

É que hoje ainda estou sob o efeito da minha incursão pela cozinha nesse sábado que passou... Passei 6 horas cozinhando, fazendo um jantar vegetariano para 6 amigos queridos chez moí. Chamei minha faxineira pra ajudar, elaborei um cardápio antes, fiz lista pro mercado, organizei as tarefas antes de começar a cozinhar, usei o mesmo forno e o mesmo fogão... Tudo da mesma forma como havia feito num outro sábado, há uns 2 meses atrás. A diferença foi que o primeiro sábado foi perfeito. Do cozinhar ao comer, passando pelo tempo de serviço entre os pratos (foram 5 na mesma noite). E esse sábado passado, não. Estava mais enrolada, esqueci a sobremesa no forno, não tive cuidado (ou paciência) na hora de cortar e cozinhar o nhoque (acabou ficando de diversos tamanhos, a maioria grande demais) enfim... E o resultado final foi bom mas apenas isso. Ou seja, ninguém foi embora com fome, eu dei um jeito na torta de limão que queimou nas bordas, mas não fiquei satisfeita. Demos risada, bebemos vinho, foi uma noite e tanto. Mas fui dormir com a sensação de que eu poderia ter feito mais.

Alguns amigos me dizem que eu sou muito cri-cri, exigente. Mas não é isso. Quando eu acho que ficou bom, dentro daquilo que obviamente eu acho que posso fazer, eu mesmo me auto elogio sem modéstia. Mas quando não fica bom... E com o jantar de sábado, depois de muito pensar, me dei conta de que a cozinha não é mesmo uma ciência exata. Na verdade, eu já sabia disso, mas digamos que senti mais na pele - é muito mais fácil chegar à essa conclusao quando se está com as panelas nas mãos do que com os talheres esperando para comer.

Vai saber por que mas tem dia que qualquer coisa que façamos fica bom. E em outros, por mais cuidado, a coisa desanda. Ou simplesmente não fica tão bom quanto você já fez numa vez anterior. Simples assim. Se a cozinha tem a ver com emoção - eu só acredito nessa - será que é ela então que faz bagunça no "2+2=4" das receitas?

Será que a profissionalização na cozinha passa também em aprender a minimizar esse fator misterioso (será a emoção?!) que torna a cozinha tão incerta?! Embora verdade seja dita: não conheço um restaurante onde tudo seja perfeito sempre - nem os de grandes chefes, nem dos que mais admiro.

Bom, mas escrevendo aqui, penso: será que a graça não é exatamente essa, a de que o resultado é uma constante busca? É como para um atleta, que mesmo tendo batido um recorde, vai sempre em busca do próximo. Depois de fazer o nhoque sábado, comuniquei aos comensais: "comam, ruim ou bom, por que depois desse, sabe Deus quando farei de novo!".
Mas refletindo agora, será que não estou negando uma das coisas mais divertidas da cozinha, que é a prática, que é o prazer do erro e do acerto, a imperfeição?